Quem acompanha as Marchas do Rio de Janeiro lembra que no ano de 2015 a Marcha foi acompanhada bem de perto pelo Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos, sob comando do Tentente Bruno, conhecido por vários episódios violentos durante as jornadas de junho. O Batalhão impediu que a Marcha fechasse a via, obrigando a maior parte de seus participantes a marcharem pela ciclovia e o calçadão. Foi um tratamento bem diferente ao dado em outros anos como no anterior, ano de copa do mundo, quando apenas algumas viaturas da PM seguiam o evento lá no fundo, ajudando a bloquear o trânsito, enquanto algumas motos da CET-Rio ajudavam a fechar o trânsito à frente da marcha. Essa é a configuração ideal para a Marcha ser realizada em segurança e sem conflitos com a polícia, no entanto não foi o que foi visto ano passado, quando a Choque coagiu e provocou os manifestantes.
Por conta disso a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Jurídica da OAB do Rio de Janeiro protocolou nesta terça feira dia 3 de Maio um oficio desconvidando o Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos (BPGE) à Marcha da Maconha deste ano. O oficio é assinado pelos advogados Marcelo Chalreó e André Barros (respectivamente presidente e vice-presidente da comissão) e segundo eles a coação perpetrada pelo Batalhão não só afastou pessoas simpáticas a marcha durante a concentração como, ao evitar o fechamento da via, “colocou em risco os caminhantes ante muita próxima circulação de veículos de toda sorte”. A comissão de direitos humanos ainda lembra que a Marcha da Maconha acontece, “sob o guarda chuva constitucional do direito de manifestação e expressão”, e relembra a garantia dada pelo STF por unanimidade na ADPF187 e na ADin4274.
O oficio já causou reação e a Secretaria se Segurança pública e o 23ºBatalhão da PM (responsável pelo policiamento dos bairros de Ipanema e Leblon, por onde caminha a Marcha) entraram em contato e marcaram uma reunião nesta sexta-feira, véspera da Marcha da Maconha, para discutir como vai ser dado o policiamento durante a manifestação.
A Marcha da Maconha acontece no Rio de Janeiro desde 2002, neste ano ela é alinhada com a data mundial, dia 7 de Maio, primeiro sábado do mês. A concentração acontece as 14h no Jardim de Alá e as 16h20 a marcha segue rumo ao arpoador, aonde a festa continua com a carreta do Baile Cl∆ps.
Curta, divulgue e ajude a fazer parte da história da Legalização da Maconha no Brasil.
Veja aqui o Oficio enviado pela OAB:
